sábado, 31 de agosto de 2013

Como converter os médicos cubanos em agentes contra-revolucionários



O execrável Alexandre Padilha, que para nosso azar é ministro da Saúde, avisou que o governo federal não vai tolerar qualquer “incitação ao preconceito e à xenofobia” contra os médicos cubanos que estão no Brasil.

Como se questionar um programa em parceria com uma ditadura e financiado pelo nosso dinheiro fosse algo equivalente ao antissemitismo do “companheiro” fascista Ahmadinejad. Além de denunciar a tática malandra do petista, é preciso desmoralizar o embusteiro. 

Aqui estão cinco sugestões para que você mostre que é solidário com os cubanos. Ao ponto de ajudá-los a subverter a ditadura quando regressarem à ilha-prisão dos Irmãos Castro. 

1- Doe absorventes para as médicas cubanas. Itens de higiene básica são escassos em paraísos comunistas. As mulheres são obrigadas a usar certos subterfúgios. No lugar de absorventes, toalhinhas de pano que nossas bisavós usavam. Médicas cubanas merecem absorventes de verdade, de preferência da marca Sempre Livre

2- Apresente o RedTube aos doutores. É uma forma silenciosa de plantar as sementes da subversão na terra dos irmãos Castro. Depois que acessarem tal conteúdo, os médicos cubanos se juntarão a Yoani Sanchez exigindo o fim da censura digital!

3- Abra um crediário para o visitante nas Casas Bahia. Ele vai perceber que não precisa se submeter a uma ditadura de partido único, que a essa altura já degenerou numa dinástica comunista, só pra conseguir aquele sofazinho bege.

4- Faça uma excursão com os doutores na rua 25 de Março. Todo besteirol contra o livre mercado cai por terra em 5 minutos de andança pela rua mais capitalista do Brasil. 

5- Compre um Mclanche para o seu cubano de estimação.  Um hambúrguer gorduroso e uma Coca Cola gelada são capazes de curar qualquer delírio ideológico. Até Che Guevara curtia a água suja do capitalismo. Na volta para Cuba, os médicos já serão agentes implacáveis da contrarrevolução!  























quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Odeia o Papa; goza com o Aiatolá: a vadia foucaltiana


 Vadias odeiam a Igreja Católica porque odeiam o Ocidente

A típica feminista foucaultiana é tão inteligente quanto um preservativo aroma morango. Sim, eu posso provar.  

Na “Marcha das Vadias” brazuca é possível encontrar cartazes contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Também é possível ler declarações das autoproclamadas vadias contra o “imperialismo cultural” e o “fetichismo sexual”. 

E claro, abundam xingamentos contra o Papa Francisco, este terrível inimigo das vaginas ocidentais.

Mas você já ouviu alguma feminista tupiniquim falando sobre a iraniana Nasrin Afzali? A brava jornalista foi condenada em 2008 a seis meses de prisão e a dez chibatadas por “perturbar a ordem pública”, durante um protesto em frente ao tribunal “revolucionário” de Teerã.

Com um nome bem mais complicado, outra jornalista iraniana permanece desconhecida no Brasil: Noushin Ahmadi Khorasani. A bela e jovem ativista coordena a campanha “Um Milhão de Assinaturas” que busca a revogação das leis discriminatórias contra mulheres no Irã. Ela vive sendo presa, censurada, libertada e presa novamente. É uma rotina e tanto!

Nasrin Afzali foi condenada a chibatadas e a cadeia
Sim, existem muitas mulheres corajosas lutando no quintal dos Aiatolás. Mas, novamente, você conhecia a história delas? Recentes casos de prisões de mulheres nos distritos de Teerã foram amplamente noticiados pela mídia ocidental. Mas no Brasil nada disso foi divulgado.

Não há uma única palavra das ativistas brasileiras sobre a repressão sofrida pelas mulheres no Irã. Pode ser mero descuido. As feministas tupiniquins talvez estejam priorizando os interesses associados aos seus próprios úteros, diariamente ameaçados pelo império e o fetiche.

Noushin: a iraniana que inexiste para as feministas brasileiras

Vadias foucaultianas

Foucaultianas são amebas intelectuais à serviço do relativismo 
Ouso afirmar que não é um mero descuido, mas um esquecimento intencional. As razões são ideológicas. Eu conheci algumas donas de vaginas libertárias. E o discurso delas era sempre em código binário: o repúdio sistemático ao Ocidente e a glorificação de tudo que não é ocidental.

Fui anarquista por alguns anos (na época em que não precisava pagar minhas contas) e ainda cursei sociologia. Foi assim que conheci o feminismo pós-moderno, um subproduto do multiculturalismo (não devemos julgar a cultura alheia, por mais terrível que nos pareça).

O multiculturalismo prega que não existem critérios universais para julgar se algo é verdadeiro ou falso; bom ou ruim. Vegetarianos ou canibais, cada grupo social deve ser livre para manter internamente, entre seus membros, o seu próprio código de conduta. E o conjunto de hábitos e tradições de cada grupo fica assim moralmente imune a críticas e sanções de outros.

Foucault: libertário no Ocidente; cheerleader de teocracia no Oriente
A modinha relativista é um vírus que se espalhou pela obra de autores obscuros como Michael Foucault (1925-1984). O francês confessou em entrevista ao colega americano John Searle que escrevia “bobagens impenetráveis” para ser levado a sério pela academia francesa. A revelação está documentada no livro “Quebrando o Espanto”, de Daniel Dennet.

Foucault acusava o Ocidente de manter na sombra um aparato de vigilância para controlar e punir indivíduos. O pensador “libertário” via repressão até nas palavras. Ele estava na Tunísia, mas gozou de tesão à distância quando ocorreu a revolta de 68 em Paris. Foucault via nela uma reação ao Estado castrador que ele jurava existir em todos os níveis da vida ocidental.

E assim surgiram as vadias foucaultianas. São as fêmeas impressionáveis que aprenderam com o criador de bobagens impenetráveis que o Ocidente na verdade é uma grande prisão, e que se procurarmos bem vamos nos deparar com o Estado repressor até debaixo da cama. Há muitas delas nas ciências sociais, em constante estado de masturbação intelectual.

As vadias foucaultianas odeiam a Igreja Católica porque sabem que sem ela não existiria civilização ocidental. É este o grande inimigo das vaginas libertárias: o Ocidente. A histeria delas produz não apenas autodepreciação, mas a glorificação do “outro”, seja ele quem for. Não é difícil encontrar vadias foucaultianas elogiando alguma teocracia...antiocidental.

Sartre e Foucault no comitê de apoio a Revolução Iraniana
Até mesmo Simone de Beauvoir (1908-1986) integrou o comitê de suporte ao Aiatolá Khomeini (1900-1989), o xiita que mergulhou o Irã na teocracia que até hoje mantém um quadro de repressão e extermínio de mulheres, homossexuais e outras minorias.

A feminista fez críticas tardias ao regime e se retratou antes de morrer. Foucault também foi um embaixador não remunerado da odiosa teocracia. A diferença é que Foucault escolheu o silêncio mesmo diante das notícias de que homossexuais como ele eram perseguidos e mortos pelo seu amado Aiatolá – o libertário francês chegou a visitar o xiita iraniano nos anos 70.

Os equívocos do francês estão registrados detalhadamente em “Foucault e a Revolução Iraniana” (Editora É), de autoria da feminista iraniana Janet Afary e do sociólogo americano Kevin Anderson. 

Os autores investigam as razões pelas quais um pensador supostamente libertário virou apoiador entusiasta de um regime que se revelou um pesadelo para minorias.

Livro documenta apoio de Foucault ao Aiatolá
Não há mistério. Foucault foi coerente com sua esquizofrenia: ele rejeitava a existência da verdade, e a legitimidade de critérios universais para se chegar ao bom e ao justo. Por isso não hesitou em combater o demônio em sua casa e transar com ele na casa do vizinho.

Na cama com o inimigo

Se toda verdade é relativa, como contestar preconceitos e injustiças?

As vadias foucaultianas não estão em posição diferente: permanecem de quatro diante do Diabo. O substrato do seu discurso continua sendo o relativismo. 

Se “toda verdade é relativa”, sinto informar, é impossível contestar qualquer injustiça social. O que é injusto para o vegetariano, é perfeitamente aceitável para o canibal. Idem para a feminista e o machista.

Em seu clássico “Imposturas Intelectuais” (Editora Record) os cientistas Alan Sokal e Jean Bricmont (ambos de esquerda) desenharam para os relativistas entenderem:

Se todos os discursos são meras “histórias” ou “narrativas”, e nenhuma é mais objetiva ou verdadeira que a outra, deve-se então admitir que os piores preconceitos racistas ou sexistas e que as mais reacionárias teorias sócio-econômicas são igualmente válidos [...] Fica claro que o relativismo é uma base extremamente frágil sobre a qual fundar a crítica à ordem social.

Imposturas Intelectuais: "a merda atinge o ventilador"
Por isso os meus olhos sangram quando leio artigos de feministas foucaultianas* reabilitando o velho besteirol relativista para criticar o Ocidente malvado. Não tenho dúvidas de que uma feminista que leva Foucault a sério é tão inteligente quanto um preservativo aroma morango.

Como podem contestar as injustiças que alegam existir contra elas se tudo é uma questão de ponto de vista? Se um ocidental não pode usar critérios universais e racionais para criticar a teocracia iraniana, tampouco as feministas podem fazê-lo em relação ao Ocidente. As vadias foucaultianas são incapazes de sustentar intelectualmente qualquer crítica a qualquer coisa.

Sociedade patriarcal emancipou as vadias

Aliás, eu as desafio a subscrever a crítica implacável da feminista dissidente Camille Paglia. Ela é uma senhora corajosa que, contra moda relativista, parte de critérios universais de verdade e justiça para avaliar a situação das mulheres e minorias em todo mundo:

Se as armas nucleares fabricados no Irã acabarem nas mãos dos jihadistas e finalmente forem implantados com sucesso em nossas capitais, o Ocidente vai olhar como se tivesse cometido suicídio e merecesse cair.

Camille Paglia lembra que as vadias foram emancipadas pela sociedade patriarcal
Em “Personas Sexuais: Arte e Decadência de Nefertiti a Emily Dickinson” (sem tradução), Paglia contesta a outra face da histeria foucaultiana: o ódio ao Ocidente. A crítica feminista padrão é parecida com o desdém da dona de casa que vive comparando o marido ao vizinho:

Um dos reflexos irritantes do feminismo é o seu desdém diante da "sociedade patriarcal", para qual nada de bom nunca é atribuído. Mas é a sociedade patriarcal que me libertou como mulher. É o capitalismo que tem me dado o tempo livre para sentar-me nesta mesa e escrever este livro. Vamos parar de ser mesquinhas sobre os homens e livremente reconhecer os tesouros que sua obsessão derramou em nossa cultura.

Quando vejo as vadias deste quarteirão ocidental do mundo escarnecendo livremente dos símbolos religiosos da “opressora” Igreja Católica e criticando abertamente os nossos governos “fascistas”, lembro-me de Nasrin Afzali e Noushin Ahmadi Khorasani. Você nunca mais lerá estes nomes. 



PS.: Sou solidário às feministas que pretendem imprimir um novo “sentido valorativo” ao termo “vadia”, por isso utilizei o mesmo alegremente em todo o texto como sinal de apoio. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Os delírios dos escoteiros libertários


O jovem libertário e seu certificado de militante antiestatista

O jornalista William Buckley  (1925-2008) – a mente arquidistinta que concebeu a melhor publicação conservadora da América, a National Review – é celebrado como um notável anticomunista, mas ele afirmava que sua maior missão na Terra era a de “tentar proteger a Direita dos malucos”. Se fosse vivo hoje, o combativo conservador teria muito trabalho.

Brotam das terras férteis da demência ideológica hordas de ativistas mirins que se colocam à Direita no espectro político, mas que são guiados pelo mesmo catálogo de crenças ingênuas dos utopistas mais fervorosos – e por isso divergem deles apenas por oferecer dogmas outros.

Sim, eles têm uma religião para vender. E uma santa para servir de inspiração. A santinha dos escoteiros libertários não acreditava em Deus, mas depositava toda fé que tinha no homem – falo da espécie – em sua jornada gloriosa rumo à satisfação de suas próprias vontades (sic).


Monista, otimista e iluminista: uma marxista para a Direita

A filósofa e romancista russa Ayn Rand (1905-1982) seria um perfeita marxista se não tivesse sofrido na pele os horrores da União Soviética. O materialismo randiano é uma fórmula muito próxima ao materialismo dialético de Karl Marx (1818- 1883). 

Diferente, claro, mas vizinho.

O materialismo randiano sustenta que há um jeito certo de se viver, informado pela Razão e observado diretamente na Natureza, que é fundamentado numa moralidade egoísta que identifica o indivíduo como única realidade social e centro de todo dilema moral. 

Ayn Rand vende uma fórmula ideológica cujos ingredientes são conhecidos dos marxistas: o monismo (uma grande verdade da qual descendem todas as outras), a fé na Razão (por meio dela resolvemos até os nossos dilemas morais) e o otimismo antropológico (o homem é detentor das virtudes e sabedoria necessárias para moldar seu destino como bem quiser).

Temos acima listados todos os ingredientes das utopias selvagens que devastaram o mundo em séculos passados. É claro que aquele jovem coberto de espinhas, que se autoproclama guardião da liberdade, não enxerga perigos aqui. O jovenzinho sectário reduziu toda a complexidade da realidade social aos dogmas da sua santinha. Isso nem é novidade.

Monismo: lar do objetivista e do marxista

O homem autossuficiente: a utopia de libertários e marxistas 

Eu duvido que os escoteiros libertários tenham perdido mais de 10 minutos de suas vidas deploráveis com a leitura de qualquer obra digna de reflexão. Ou eles dominam as noções clássicas que norteiam o debate político moderno como, por exemplo, o conceito de “liberdade dos antigos e liberdade dos modernos” de Benjamin Constant (1767-1830)?
Para dar uma surra na criançada, nada melhor que as palmadas de um sábio cético. Sir Isaiah Berlin (1909-1997) também viu de perto o horror soviético. Mas o filósofo entendeu desde cedo que ideologia não se combate com ideologia. “Eu não creio que a resposta ao comunismo seja uma contrafé, com igual ardor e militância”, dizia o inglês que veio da Letônia.

Isaiah Berlin: um sábio cético contra os delírios monistas

A obra de Berlin é uma vacina atemporal aos delírios monistas. Lembrem-se: o monismo é a crença ingênua de que um único princípio geral é capaz de explicar a totalidade da realidade. 

Quando transferido para a política, é uma tentativa de reduzir o mundo a uma ideologia. 

A filosofia randiana – tal como seu vizinho ideológico, o marxismo – é exemplo perfeito de monismo. Ayn Rand entendia que todo ser humano que não coloca a sua versão infantil de liberdade no topo da hierarquia de valores é um alienado e precisa ser convencido ou combatido. A velha mentalidade esquerdista em ação.

Para a filósofa russa, assim como para todo monista, há somente uma verdade máxima que deve conciliar todos os valores sob sua égide. Se a realidade é regida por um princípio único, os que não vivem de acordo com tal princípio são imbecis ou monstros imorais. 

Objetivismo e o marxismo, cada qual com sua receita de bolo de mundo perfeito, dizem exatamente isso.


Um libertário típico alertando os alienados sobre o estatismo 

Para o objetivista, a Razão informa ao homem que a liberdade (ou melhor, a versão randiana de liberdade) é o valor máximo sob o qual ele deve construir sua vida. O marxista diz o mesmo, mas se referindo ao igualitarismo. Ambos prometem um estado utópico de felicidade.

É claro que a defesa do princípio máximo que rege a vida – o único pelo qual vale a pena viver – justifica qualquer sacrifício. Não é por acaso que marxista e objetivista têm demandas radicais: de um lado o fim da propriedade privada; do outro a submissão total à propriedade.

Por isso temos escoteiros libertários clamando por governo altamente limitado (não importa se o fim do complexo militar estatal compromete a defesa da nação) e dinossauros marxistas clamando pelo Estado total (não importa se o indivíduo é esmagado pelo seu salvador).

O que o move o libertário e o marxista em seus surtos de radicalismo é a pureza ideológica. A premissa deve ser seguida até as últimas consequências. O dogma é o guia inquestionável.  

Pluralismo


Ayn Rand voltou dos mortos com seu marxismo de Direita

Contra esse radicalismo utópico, Isaiah Berlin apresentou uma apologia do pluralismo: o reconhecimento de que os homens perseguem diferentes valores, que são inconciliáveis em sua máxima expressão. A total harmonia entre eles é impossível. Só o que podemos fazer é administrar pacificamente o conflito de valores no fórum que é a democracia liberal.

Ao se deparar com os abusos da URSS, a santinha dos libertários concluiu que o erro dos soviéticos era que eles veneravam a ideologia errada. Ela não identificou que a raiz do problema era a própria mentalidade monista. O conteúdo e a forma eram equivocados.

Isaiah Berlin entendeu que não se trata apenas de defender o dogma ideológico correto. A defesa da liberdade implica em reconhecer e aceitar o pluralismo de valores. Ayn Rand reduziu a complexidade da realidade à sua filosofia. Berlin nos legou o antídoto contra tais delírios monistas.