|
Vadias odeiam a Igreja Católica porque odeiam o Ocidente |
A típica feminista foucaultiana é tão inteligente quanto um preservativo aroma morango. Sim, eu posso provar.
Na “Marcha das Vadias” brazuca é possível encontrar cartazes
contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Também é possível ler
declarações das autoproclamadas vadias contra o “imperialismo cultural” e o
“fetichismo sexual”.
E claro, abundam xingamentos contra
o Papa Francisco, este terrível inimigo das vaginas ocidentais.
Mas você já ouviu alguma feminista tupiniquim falando sobre
a iraniana Nasrin Afzali? A brava jornalista foi condenada em 2008 a seis meses
de prisão e a dez chibatadas por “perturbar a ordem pública”, durante um
protesto em frente ao tribunal “revolucionário” de Teerã.
Com um nome bem mais complicado, outra jornalista iraniana
permanece desconhecida no Brasil: Noushin Ahmadi Khorasani. A bela e jovem ativista
coordena a campanha “Um Milhão de Assinaturas” que busca a revogação das leis
discriminatórias contra mulheres no Irã. Ela vive sendo presa, censurada,
libertada e presa novamente. É uma rotina e tanto!
|
Nasrin Afzali foi condenada a chibatadas e a cadeia |
Sim, existem muitas mulheres corajosas lutando no quintal
dos Aiatolás. Mas, novamente, você conhecia a história delas? Recentes casos de
prisões de mulheres nos distritos de Teerã foram amplamente noticiados pela
mídia ocidental. Mas no Brasil nada disso foi divulgado.
Não há uma única palavra das ativistas brasileiras sobre a
repressão sofrida pelas mulheres no Irã. Pode ser mero descuido. As feministas
tupiniquins talvez estejam priorizando os interesses associados aos seus
próprios úteros, diariamente ameaçados pelo império e o fetiche.
|
Noushin: a iraniana que inexiste para as feministas brasileiras |
Vadias foucaultianas
|
Foucaultianas são amebas intelectuais à serviço do relativismo |
Ouso afirmar que não é um mero descuido, mas um esquecimento
intencional. As razões são ideológicas. Eu conheci algumas donas de vaginas
libertárias. E o discurso delas era sempre em código binário: o repúdio
sistemático ao Ocidente e a glorificação de tudo que não é ocidental.
Fui anarquista por alguns anos (na época em que não
precisava pagar minhas contas) e ainda cursei sociologia. Foi assim que conheci
o feminismo pós-moderno, um subproduto do multiculturalismo (não devemos julgar
a cultura alheia, por mais terrível que nos pareça).
O multiculturalismo prega que não existem critérios
universais para julgar se algo é verdadeiro ou falso; bom ou ruim. Vegetarianos
ou canibais, cada grupo social deve ser livre para manter internamente, entre
seus membros, o seu próprio código de conduta. E o conjunto de hábitos e
tradições de cada grupo fica assim moralmente imune a críticas e sanções de
outros.
|
Foucault: libertário no Ocidente; cheerleader de teocracia no Oriente |
A modinha relativista é um vírus que se espalhou pela obra
de autores obscuros como Michael Foucault (1925-1984). O francês confessou em
entrevista ao colega americano John Searle que escrevia “bobagens
impenetráveis” para ser levado a sério pela academia francesa. A revelação está
documentada no livro “Quebrando o Espanto”, de Daniel Dennet.
Foucault acusava o Ocidente de manter na sombra um aparato
de vigilância para controlar e punir indivíduos. O pensador “libertário” via
repressão até nas palavras. Ele estava na Tunísia, mas gozou de tesão à
distância quando ocorreu a revolta de 68 em Paris. Foucault via nela uma reação
ao Estado castrador que ele jurava existir em todos os níveis da vida
ocidental.
E assim surgiram as vadias foucaultianas. São as fêmeas
impressionáveis que aprenderam com o criador de bobagens impenetráveis que o
Ocidente na verdade é uma grande prisão, e que se procurarmos bem vamos nos
deparar com o Estado repressor até debaixo da cama. Há muitas delas nas
ciências sociais, em constante estado de masturbação intelectual.
As vadias foucaultianas odeiam a Igreja Católica porque
sabem que sem ela não existiria civilização ocidental. É este o grande inimigo
das vaginas libertárias: o Ocidente. A histeria delas produz não apenas
autodepreciação, mas a glorificação do “outro”, seja ele quem for. Não é
difícil encontrar vadias foucaultianas elogiando alguma
teocracia...antiocidental.
|
Sartre e Foucault no comitê de apoio a Revolução Iraniana |
Até mesmo Simone de Beauvoir (1908-1986) integrou o comitê
de suporte ao Aiatolá Khomeini (1900-1989), o xiita que mergulhou o Irã na teocracia
que até hoje mantém um quadro de repressão e extermínio de mulheres,
homossexuais e outras minorias.
A feminista fez críticas tardias ao regime e se retratou
antes de morrer. Foucault também foi um embaixador não remunerado da odiosa
teocracia. A diferença é que Foucault escolheu o silêncio mesmo diante das notícias
de que homossexuais como ele eram perseguidos e mortos pelo seu amado Aiatolá –
o libertário francês chegou a visitar o xiita iraniano nos anos 70.
Os equívocos do francês estão registrados detalhadamente em “Foucault
e a Revolução Iraniana” (Editora É), de autoria da feminista iraniana Janet
Afary e do sociólogo americano Kevin Anderson.
Os autores investigam as razões
pelas quais um pensador supostamente libertário virou apoiador entusiasta de um
regime que se revelou um pesadelo para minorias.
|
Livro documenta apoio de Foucault ao Aiatolá |
Não há mistério. Foucault foi coerente com sua
esquizofrenia: ele rejeitava a existência da verdade, e a legitimidade de
critérios universais para se chegar ao bom e ao justo. Por isso não hesitou em combater
o demônio em sua casa e transar com ele na casa do vizinho.
Na cama com o inimigo
|
Se toda verdade é relativa, como contestar preconceitos e injustiças? |
As vadias foucaultianas não estão em posição diferente: permanecem
de quatro diante do Diabo. O substrato do seu discurso continua sendo o
relativismo.
Se “toda verdade é relativa”, sinto informar, é impossível
contestar qualquer injustiça social. O que é injusto para o vegetariano, é
perfeitamente aceitável para o canibal. Idem para a feminista e o machista.
Em seu clássico “Imposturas Intelectuais” (Editora Record)
os cientistas Alan Sokal e Jean Bricmont (ambos de esquerda) desenharam para os
relativistas entenderem:
Se todos os discursos
são meras “histórias” ou “narrativas”, e nenhuma é mais objetiva ou verdadeira
que a outra, deve-se então admitir que os piores preconceitos racistas ou
sexistas e que as mais reacionárias teorias sócio-econômicas são igualmente
válidos [...] Fica claro que o relativismo é uma base extremamente frágil sobre
a qual fundar a crítica à ordem social.
|
Imposturas Intelectuais: "a merda atinge o ventilador" |
Por isso os meus olhos sangram quando leio artigos de
feministas foucaultianas* reabilitando o velho besteirol relativista para
criticar o Ocidente malvado. Não tenho dúvidas de que uma feminista que leva
Foucault a sério é tão inteligente quanto um preservativo aroma morango.
Como podem contestar as injustiças que alegam existir contra
elas se tudo é uma questão de ponto de vista? Se um ocidental não pode usar
critérios universais e racionais para criticar a teocracia iraniana, tampouco
as feministas podem fazê-lo em relação ao Ocidente. As vadias foucaultianas são
incapazes de sustentar intelectualmente qualquer crítica a qualquer coisa.
Sociedade patriarcal emancipou
as vadias
Aliás, eu as desafio a subscrever a crítica implacável da
feminista dissidente Camille Paglia. Ela é uma senhora corajosa que, contra
moda relativista, parte de critérios universais de verdade e justiça para
avaliar a situação das mulheres e minorias em todo mundo:
Se as armas nucleares
fabricados no Irã acabarem nas mãos dos jihadistas e finalmente forem implantados
com sucesso em nossas capitais, o Ocidente vai olhar como se tivesse cometido suicídio
e merecesse cair.
|
Camille Paglia lembra que as vadias foram emancipadas pela sociedade patriarcal |
Em “Personas Sexuais: Arte e Decadência de Nefertiti a Emily
Dickinson” (sem tradução), Paglia contesta a outra face da histeria foucaultiana:
o ódio ao Ocidente. A crítica feminista padrão é parecida com o desdém da dona
de casa que vive comparando o marido ao vizinho:
Um dos reflexos
irritantes do feminismo é o seu desdém diante da "sociedade
patriarcal", para qual nada de bom nunca é atribuído. Mas é a sociedade
patriarcal que me libertou como mulher. É o capitalismo que tem me dado o tempo
livre para sentar-me nesta mesa e escrever este livro. Vamos parar de ser
mesquinhas sobre os homens e livremente reconhecer os tesouros que sua obsessão
derramou em nossa cultura.
Quando vejo as vadias deste quarteirão ocidental do mundo
escarnecendo livremente dos símbolos religiosos da “opressora” Igreja Católica
e criticando abertamente os nossos governos “fascistas”, lembro-me de Nasrin
Afzali e Noushin Ahmadi Khorasani. Você nunca mais lerá estes nomes.
PS.: Sou solidário às feministas que pretendem imprimir um
novo “sentido valorativo” ao termo “vadia”, por isso utilizei o mesmo alegremente
em todo o texto como sinal de apoio.